quarta-feira, 17 de março de 2010

Literatura Brasileira
História da literatura brasileira, Escolas Literárias do Brasil, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo,
Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo, Neo-realismo


Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.

Barroco ( século XVII )

Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.

Neoclassicismo ou Arcadismo ( século XVIII )

O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.

Romantismo ( século XIX )

A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.

Realismo - Naturalismo ( segunda metade do século XIX )

Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar : objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras : Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.

Parnasianismo ( final do século XIX e início do século XX )

O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Simbolismo ( fins do século XIX )

Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922)

Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.

Modernismo (1922 a 1930)

Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

Neo-Realismo (1930 a 1945)

Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego, O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.

Leonardo da Vinci
(1452 - 1519)

Leonardo nasceu a 15 de Abril de 1452, na pequena cidade de Vinci, perto de Florença, centro intelectual e científico da Itália. O seu talento artístico cedo se revelou, mostrando excepcional habilidade na geometria, na música e na expressão artística. Reconhecendo estas suas capacidades, o seu pai, Ser Piero da Vinci, mostrou os desenhos do filho a Andrea del Verrocchio. O grande mestre da renascença ficou encantado com o talento de Leonardo e tornou-o seu aprendiz. Em 1472, com apenas vinte anos, Leonardo associa-se ao núcleo de pintores de Florença.


Não se sabe muito mais acerca da educação e formação do artista, no entanto, muitos autores afirmam que o seu conhecimento não provém de fontes tradicionais, mas sim da observação pessoal e da aplicação prática das suas ideias.

Pintor, escultor, arquitecto e engenheiro, Leonardo da Vinci foi o talento mais versátil da Itália do Renascimento. Os seus desenhos, combinando uma precisão científica com um grande poder imaginativo, reflectem a enorme vastidão dos seus interesses, que iam desde a biologia, à fisiologia, à hidráulica, à aeronáutica e à matemática.

Durante o apogeu do renascimento, Da Vinci, enquanto anatomista, preocupou-se com os sistemas internos do corpo humano, e enquanto artista interessou-se pelos detalhes externos da forma humana, estudando exaustivamente as suas proporções. A seguinte imagem resulta destes seus interesses.



Os pensadores renascentistas viam uma certa perfeição matemática na forma humana. Esta imagem representa o corpo humano inserido na forma ideal do círculo e nas perfeitas proporções do quadrado.
A imagem foi usada por Luca Pacioli na ilustração do seu livro De Divina Proportione


«De Divina Proportione»
1490

Os pintores do Renascimento, e em particular Da Vinci, recorreram a conceitos de geometria projectiva (centro de projecção, linhas paralelas representadas como linhas convergentes, ponto de fuga) para criar os seus quadros com um aspecto tridimensional. A obra prima «A Última Ceia» é um bom exemplo disso.

«A Última Ceia»
1495-1498

O ponto de fuga está colocado no olho direito de Cristo onde ele domina o primeiro plano. Os seus próprios braços, ao longo das linhas da pirâmide visual, reforçam a perspectiva.

O homem primitivo não se via separado da natureza, mas integrado a ela. Ao tomar consciência de si, ele teve a necessidade de manifestar seus sentimentos em relação ao mundo, de modo sensível e profundo. Esta manifestação se deu na Arte, em suas diferentes formas, como a Arquitetura, a Música, a Pintura, entre outras. A que vamos estudar, ainda que de forma superficial, será a Arte Literária.

Ezra Pound, em seu livro ABC da Literatura, diz que "Um povo que cresce habituado à má literatura é um povo que está em vias de perder o pulso de seu país e de si próprio". Além dessa função social da literatura, podemos afirmar também que ela nos faz transcender nossa existência, levando-nos a compreender melhor a nós mesmos e o outro, ou seja, sorrir, chorar, criar expectativas, conhecer intimamente e viver os sentimentos e sensações dos personagens que estão se desnudando a nós a cada linha lida e a cada página virada.

Por ser escrita em diferentes épocas, expressando o pensamento de cada momento histórico, a literatura nos ajuda também a entendermos a História da Humanindade e a nossa própria história. Por meio das palavras, voltamos ao passado, revivemos ou recriamos grandes acontecimentos, conhecemos grandes pessoas importantes em cada momento da História, viajamos em muitos lugares, recriamos a realidade ou criamos mundo imaginários, onde nos escondemos e, ao mesmo tempo, nos encontramos.

Por tudo isso, a literatura não pode ser considerada apenas mais uma matéria a ser estudada na escola, mas algo que nos faz pensar em nossa existência, que nos leva a sentirmo-nos estranhos a nós mesmos, mas nos encantando e, simultaneamente, transformando-nos.


Apenas como sugestão, vale a pena ler Uma História da Leitura, de Alberto Manguel (Companhia das Letras, 1999)

1 comentários:

No poema de Manuel Bandeira, o autor está se expressando, demonstrando, dizendo, o que está sentindo, quais suas vontades, seus desejos. A literatura por sua vez, é a maneira que ele utiliza para que isso aconteça, é usada para que o autor se expresse.

Literatura em si, é uma forma a mais de demonstrar o que sente, como se sente, seus desejos, seu ponto de vista sobre algo, sua opinião, assim como há pessoas que usam a música, a dança para se expressar, há aquelas que preferem a literatura. Isso faz com que nós aprendemos mais entender o pensamento dos outros, as diferentes épocas em que viveram.
Enfim, literatura é antes de tudo, uma forma de expressão.

Cássia dos Santos Peireira - nº 06 - 3ºC


A poltrona escura estreia no Teatro Eva Herzpor

Camila Azenha (Cultura/Adm) em 03 de Março de 2010 às 11:03 am

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O ator Cacá Carvalho sobe ao palco do Teatro Eva Herz para interpretar três contos de Luigi Pirandello no espetáculo A poltrona escura a partir da próxima terça-feira, 9 de março, sob direção de Roberto Bacci. Retirados dos livros Berecche e La Guerra e Candelora, os contos Os pés na grama - sobre um pai viúvo e solitário que leva à compreensão do isolamento progressivo que acompanha a velhice -, O carrinho de mão - a história de um renomado advogado que desmascara a miséria do homem com um inegável toque de prazer - e O sopro - que trata de uma epidemia causada pelo protagonista que tem o poder de matar qualquer um unindo o polegar com o indicador da mão direita e soprando-os - mostram como é inquietante o olhar lúdico, cruel e divertido do autor sobre a condição humana, segundo Bacci. A peça, que esteve entre as seis primeiras colocadas no ranking da Associação Paulista de Críticos de Arte em 2003, rendeu o Prêmio Shell de melhor ator a Cacá Carvalho neste mesmo ano.